25.7.08

É velho, mas eu "pósto" mesmo assim! (parte 4)

Abandonar o navio

Hoje apaguei um compromisso periódico da minha agenda que tenho no celular – um cartão de crédito que cancelei e não preciso mais pagar, já tava na hora – há pouco tempo apaguei um outro compromisso mensal que tocava o alarme todo o dia 30: meu aniversário de namoro. Quando terminei a primeira vez, não tive coragem de apagar e durante seis meses o meu celular me lembrava todos os dias 30 que eu havia perdido mais um mês de namoro. Dessa vez nem titubeei, já está decidido e eu quero me desligar do passado.
Tenho feito muito isso na minha vida ultimamente, apagando algumas coisas, desligando outras, jogando o que não tem mais uso no lixo.
Esse tipo de tarefa sempre foi muito árdua p/ mim, que sempre estive muito conectada com tudo do passado e sempre me agarrei muito às coisas materiais que me recordassem dele.
Tudo parece mais simples e cristalino agora.
Não uso – jogo fora!
Não quer participar da minha vida – tudo bem, também não quero participar da sua!

É tão pesado ficar carregando anos de vida pra cima e pra baixo junto comigo...

Quando descobri que a vida fica mais leve e que eu consigo sair mais do chão se eu me desprender de algumas coisas, descobri o mundo!
Até minha bolsa, (gigantesca) estou querendo pôr em desuso, quem sabe daqui pra frente andar só com a carteira no bolso?

É velho, mas eu "pósto" mesmo assim! (parte 3)

é a vida...

As pessoas participam de nossas vidas se elas querem e se deixamos que elas participem. Além de tudo isso vem a real dança de encontros e desencontros que o universo coordena com divina maestria. São os segundos e os décimos de segundo que contam. Eles podem fazer uma pessoa entrar na sua vida ou sair para sempre – por uma palavra dita, por um olhar lançado, por uma palavra jamais dita ou um olhar esquivado.
Enquanto eu fico aqui queimando meus neurônios para saber como te tirar da minha vida pra parar de sentir dor, me passa a dúvida maior – porque o destino fez assim? Você teve uma parcela significativa das mudanças ocorridas na minha vida nas últimas semanas, eu tento negar que você tenha sido apenas mais uma ferramenta do destino, mas sinto a cada dia, mais próxima a sua partida.
Ia ser tão legal se você fizesse uma estadia mais prolongada, pra vida ficar mais leve, pros meus pés saírem um pouco do chão, pra ter mais cores nos dias que vêm pesados pra esse inverno...
Talvez eu não tenha deixado você participar da minha vida, talvez você nem queira mais ou jamais tenha querido participar dela, mas uma coisa é certa – o universo já tomou as providências para que tudo continue acontecendo sem interferências humanas. O que me falta é paciência e compreensão para acompanhar e aceitar esses processos.
Vou sentir saudades, agora muito mais do que amanhã!

Foi dada a partida!!!

De repente eu me sinto uma idiota, sem saber lidar com uma liberdade que grita acima do que eu ouço. Sempre quis ser livre, mas agora q estão me encostando na beira do precipício, começo achar que não tenho asas tão grandes assim pra me sustentar no ar.
Ele é tranqüilo e carinhoso, manda mensagens na hora certa, recebe as minhas e responde imediatamente, me liga bêbado pra falar coisas bonitinhas, me deixa livre p/ fazer o q eu gosto sem me criticar. Faz o que quer sem me consultar, de uma maneira q não me ofenda. De maneira honesta a gente conversa sobre relacionamentos passados e relacionamentos alheios.
Eu me sinto confortável, principalmente por não sentir uma paixão arrasadora daquelas que me faz parecer uma louca. Eu tenho medo que ele queira algo mais sério, mas ao mesmo tempo sinto a segurança de que ele entende que não é a hora.
Ele não é o modelo masculino que eu desejo, não tem as características do “meu tipo”, mas faz qualquer ocasião – desde um simples almoço até um dia repleto de atividades triviais – parecer maravilhosa.
A gente ri e se diverte sem esforço, o assunto flui e se multiplica sem ter que ficar procurando pautas na memória.
Sou quem eu sou, sem que ele me julgue por isso e ele também parece ser bem o que é, mesmo não fazendo meu tipo, mesmo não tendo muitas coisas em comum.


Tenho medo de esportes radicais, apesar de adorar - e me apaixonar está incluso nessa modalidade!

É velho, mas eu "pósto" mesmo assim! (parte 2)

Só hoje...

Eu precisava era de uma dose sua - como eu peço na academia todos os dias, faço uma hora ou pouco mais de exercícios - pra matar a minha necessidade de endorfina que não diminui nunca. Precisava de um daqueles seus olhares por uma ou duas vezes no dia pra poder continuar sorrindo o dia todo leve e bonita por ter o ego inflado. Você não me olha mais daquele jeito, acho que nem me olha mais... eu não te olho mais também, mas é por medo de não achar mais aquela faísca que metia fogo em toda essa minha palha.
Eu não quero você por mais 200 anos, eu só quero agora, e se você me quiser amanhã de novo tudo bem, se não, acho que não morro disso.
Queria que você entendesse essa minha vontade de não lhe ter pra sempre, só enquanto for bom, só enquanto tudo der certo - e me segurasse daquele jeito que me tira o fôlego e me beijasse daquele jeito que me faz tremer as pernas e querer ficar deitada no teu colo por um dia inteiro.
Sente bem o meu cheiro de quem quer te devorar sem nem encostar em você, de quem quer sentir a pele pra mergulhar nas tuas entranhas.
Quero que você me seqüestre por uns dias, deixa eu me consumir na tua luxúria, deixa eu rir do teu jeito bobo de querer me enganar. Deixa eu me assustar com a sua maturidade que me enxovalha sem eu nem ter reação.
Eu não quero os teus conselhos, eu só quero a tua saliva e o teu cheiro, é disso que eu preciso agora pra sobreviver a toda essa tempestade que eu causei com a minha birra de criança mimada. Vem me dar um sermão, mas depois me põe no colo e passa a mão na minha cabeça...
Vamos gastar um tempo juntos. Se esse tempo se estender demais, juro que a culpa não será minha!

É velho, mas eu "pósto" mesmo assim! (parte 1)

Depois de algum tempo vivendo no mundo adulto, você aprende a diferenciar as dores. Sabe que as do coração começam no braço na realidade e que aquela "dor no lado" é porque você precisa falar menos e respirar mais. Aquele frio na barriga não é mais sinônimo de paixonites e que aqueles sentimentos estranhos de dor de barriga, são mais algumas idiotices que o seu cérebro interpretou errado. As dores de estômago, típicas para matar aula numa segunda-feira chuvosa, hoje são quase úlceras – resultado dos problemas enfrentados no dia-a-dia. Aliás, problemas bons eram aqueles que se resolvia estudando um pouco mais ou pedindo desculpas.
Bem, desculpas hoje podem ser encaradas como uma fraqueza; o melhor mesmo é nem errar! E se você antes esperava o tempo passar pra solucionar os seus erros, atualmente alguns se tornam irreversíveis com a medida do tempo, só que você só descobre isso quando já é tarde demais; do contrário, fica tão traumatizado por ter quase deixado tudo ir por água abaixo, que fica engessado, nem se move com medo de cair no mesmo erro.
Quebrar o braço era uma conquista, um troféu, mas se tropeçar de novo, cuidado pra não passar o resto dos seus dias na fisioterapia e com dores que podem ser usadas na previsão do tempo.
Quando se é criança o equilíbrio é maior e a queda não machuca tanto, pois se sabe cair. Definitivamente me sinto uma desequilibrada em todos os sentidos e meus tombos também doem muito mais, afinal quem é que gosta de cair? Ainda mais em público!!??
A vergonha também é algo que demora muito mais a passar. Quando, é claro, não se perdeu ainda a vergonha na cara!
Crianças são muito mais honestas, sinceras e felizes.
Um dia talvez eu entenda essa minha crise de Peter Pan que não acaba nunca, mas por enquanto continuo achando a vida adulta cruel e esmagadora.
O mais engraçado é que minha adolescência inteira eu passei ansiando pela vida adulta, mas assim que ela chegou se transformou num nada, num fim da linha, como se o meu papel no mundo fosse apenas NASCER e CRESCER, e a parte do REPRODUZIR-SE, ENVELHECER e MORRER não estivessem nos meus planos, talvez MORRER nunca tenha sido o problema, mas alguma coisa aí no meio virou farelo e o vento soprou, porque eu já cansei de procurar em vão.
Cansei da dor que sinto quando encho meus pulmões de ar, pois antes apenas um xarope expectorante resolveria...