19.3.07

Please, remember me, happilly...

Mais um domingo em que eu voltei relutante pra essa cidade que tem me consumido a cada dia mais. Dormi e sonhei com você, deitado ao meu lado como em muitos outros domingos preguiçosos em que passamos juntos. A gente conversava sobre a decisão que tomamos de tentar juntos fazer tudo dar certo. Eu respeitando o seu jeito muitas vezes introspectivo e você respeitando o meu jeito “arroz de festa” de ser. Eu prometendo não deixar que meus altos e baixos prejudicassem nosso amor e você por lutar ao meu lado contra eles. Entre outras coisas lembro de ter dito que parei de fumar e você se alegrou bastante... Chega a ser engraçado...
Já sonhei tantas outras vezes com você, a final não foi nada assim à toa, ainda faz parte do meu dia-a-dia. Mas dessa vez acordei com a sensação de que aquilo tudo tinha acontecido de verdade e eu não tive medo de que fosse mesmo real. De repente todo o sentimento de arrependimento por ter te perdido superou as minhas repreensões internas que nunca deram o braço a torcer que a vida é muito pior sem você.
Daí veio uma enxurrada de perguntas:
Será que eu despertei tanta mágoa em você a ponto de nunca mais você me aceitar? Será que outra pessoa descobriu o quanto você é especial antes que eu acordasse pra vida? Será que eu tenho esse direito de querer você de volta? Será que te deixar em paz, não seria realmente o mais correto a fazer?
Só que eu não tenho nenhuma dessas respostas porque eu não sei mais da sua vida, não sei o que se passa no seu dia, porque você me tirou dela. Não tiro suas razões, talvez eu agisse do mesmo modo.
Eu procuro saber de você pelos outros, se tudo vai bem, mas as respostas são sempre as mesmas: “Ele ta bem!” ou “Eu acho que ele ta bem.”, mas ninguém pode me responder se você ta trabalhando demais, até muito tarde ou aos finais de semana e feriados. Se você foi ao dentista ou fez o último exame que precisava. Se seus planos são fazer uma pós ou um curso superior convencional.
Eu sinto falta de tanta coisa... Nunca deixei de sentir falta, mas percebi que não sei se consigo viver sem essas coisas pro resto da vida!
Quem vai fazer palavras cruzadas comigo antes de dormir? Quem vai me ensinar a gostar de música boa e descobrir novas bandas boas junto comigo? Quem vai permitir que eu pise em seus pés quando a valsa tocar e você demonstrar que apesar de não gostar tanto assim de dançar é um verdadeiro “pé de valsa”? De quem eu vou aceitar piadinhas sobre o meu time que joga sempre mal? De quem eu vou ter orgulho pelo bom trabalho que faz? Pelo bom homem que é? Quem vai ao cinema comigo até se esgotarem todas as opções de filme? Será que você faz idéia de quantas vezes eu fui ao cinema depois da nossa última vez?...
Tirei suas coisas de casa porque não agüentava mais esbarrar no erro que eu cometi, porque apesar de tocar bem a minha vida e assumir a decisão que eu tomei, não é fácil olhar pras coisas que fizeram parte dos meus dias ao lado de uma pessoa maravilhosa, com defeitos, mas bem menos defeitos do que os meus, mas que mesmo assim me aceitava e eu sabia que me amava. Eu não sei por que eu surtei! Talvez eu não tenha tido coragem de tentar fazer as coisas darem certo, talvez fosse mais fácil voltar pro meu mundinho egoísta onde só eu mesma me recrimino e puno.

Descobri que eu vivo sem você, mas eu não quero isso!

Talvez eu tenha tomado essa atitude tarde demais, talvez você nunca leia esse texto, talvez nunca mais eu possa vê-lo...
"...But please, remember me
Fondly..."