2.11.05

Pois é... a vida segue!

A Vida Segue


Que matéria é feita de mim,
que à vergonha responde carmim?
Exige honestidade
e destila deslealdade.
Preza amizade,
transpira infidelidade.

O pré-julgamento é feito,
as mazelas apontadas.
Aflora o defeito
e minhas bênçãos anuladas.

Quem quer saber o que sinto?
Pra cada canto um pedaço meu.
Até pra mim, eu minto!
Como enxergar nesse breu?

Não sei quem fala
nem sei quem escuta.
Um lado absolve e cala
o outro berra: - Filha da puta!

O que o tempo disser, será!
O que for pra ser não tardará.
Aceitarei o destino dado,
só não suporto mais meu sentido calado.

A vida me fez assim,
covarde sem fim.
Jogando tudo ao vento
espero meu julgamento!

Espero sentada, calada...
Porque achar no erro o acerto?
Descer ladeira desenfreada.
Achar dentro do peito
confuso solução da cilada
que a vida plantou sem querer
pra ver se aprendo a crescer!

Não culpo ninguém
além de eu mesma,
apenas procuro aquém
forças e firmeza.

Nunca desejei tanto
que o tempo parasse pra eu pensar,
mas sei, no entanto
que minha vida não pode parar.