27.7.05

Meiguíssima Trindade!


Uma é pouco, duas é bom (nem tanto), mas três é demais!
Três personalidades, três pensamentos, três comportamentos, três caminhos que se trombaram! Daí a gente nasceu! E como tudo que é forte e decisivo, vingou!
Uma escada sem altos nem baixos; com alta, média e minhonzinha, com a mais velha a do meio e a “caçulinha”. Eu sou sempre medíocre, detesto isso, mas aqui me sinto bem sendo assim – a irmã do meio!
Todo o mundo já foi mãe, já foi filha. Eu sou sempre madrasta, mesmo que às vezes boazinha.
A gente chora, ri, gargalha até chorar, dá bronca e leva comida de toco! Tudo sempre juntas.
Escancara a intimidade, abusa da escatologia (qual é mesmo o significado dessa palavra, Ana?). Dá beijinho de boa noite, dá bom dia mau-humorado.
Bebe até cair, faz regime, estuda... Mas como qualquer coisa do universo tem que ter equilíbrio, sempre tem uma que puxa de um lado pras outras não exagerarem do outro. Às vezes é preciso de duas pra não deixar que uma extrapole!
Reunião todas as noites, seja pra resolver o problema da geladeira que triplicou a conta de luz, o próximo dia da faxina, a lista de compras, o coração dividido ou o partido, as decepções da vida ou as conquistas.
Calcinhas no banheiro, cabelos pela casa toda, TPM simultânea, três tagarelas se arrumando em frente ao mesmo espelho.
Tem a Barbie, a louca, a chorona, a mandona, a neurótica, a boa de copo, a boa de garfo, a responsável, a leviana, a largada, a certinha e a sempre de bem com a vida, tudo isso numa coisa só, nessa fina mistura que traduz nossa trindade que possui todas essas características, porque a gente respira tanto o mesmo ar que fica impossível distinguir que parte é de quem!
Convivência é foda! A gente se vê todos os dias da semana, troca e-mail o dia todo, se fala por msn, deixa recadinho no orkut, se fala por telefone meia-hora antes de se ver, sente saudades no final de semana e não enjoa!!
Rotina nunca foi motivo pra diminuir esse amor que uma sente pela outra!


!Fui...

20.7.05

Por favor!

Já lavei todas as roupas, desinfetei o ar, troquei de perfumes e cremes, comprei novos CDs, porque tudo tem seu cheiro e as comidas e as pessoas...
Eu te vejo em cada travessa daquela avenida, em todas as estações do metrô, nos terminais rodoviários, nas ruas da pequena cidade e em cada e-mail da caixa de entrada.
Acordo no meio da noite de novo porque você gritou no meu ouvido com a sua voz incompatível com o seu tamanho. Tenho medo de voltar a dormir e encontrar com você nos meus sonhos malucos, rezo pra te esquecer até que o dia amanheça pra não ter que acordar com você passeando pelo quarto.
Lavo o rosto e te vejo no espelho sobre a minha cabeça, carregando meu semblante e deixando meus olhos caídos. Você está lá na gaveta quando eu escolho as roupas pra não te encontrar. Vou te arrastando pela rua até o metrô e leio você nas linhas de um livro ou do jornal.
No escritório, fica sentado em cima do teclado e pesa minha mão no mouse. Sopra frio no meu rosto e quando chego na faculdade tá lá na cara de cada nerd daquele lugar, nas conversas do barzinho e no telefone que não mostra mais o seu número. E quando volto pra casa o teu cheiro continua lá impregnado naquele maldito travesseiro.
Todas as vezes que escovo os dentes, abro a torneira esperando que ela solte um gemido engraçado e fico com medo de fechar o armarinho do banheiro e não encontrar um espelho. Visito bancas da avenida a procura de livros de bolso.
O pouco que aprendi com você, meu cérebro já assimilou com se fosse meu. Meu orgulho não permitiu que eu ouvisse o que você tinha pra dizer (se é que tinha) e a sua covardia te escondeu de mim, mas não por muito tempo, porque você me chamou de longe pra eu me constranger com a sua saudação natural.
Tudo o que eu ouvi nessa noite, me fez refletir sobre os meus impulsos, meu sexto sentido, sobre o que é ou deixa de ser realidade. Pensei em tudo que anda entalado aqui na garganta e que agora sim, depois de amadurecer e analisar as conseqüências eu vou poder vomitar em você, sem temer o sim ou o não; porque dessa vez eu vou devolver todas as suas coisas, inclusive o que não é palpável e pegar de volta tudo o que eu deixei com você e junto o que é mais importante – todo o amor que existe em mim. Se você não quiser, eu quero! Obrigada!

!Fui...

14.7.05

Atira logo! PORRA!!!

Foi o que meu irmão disse quando um cara apontou uma arma p/ ele no trânsito. E
funcionou!
Na verdade meu irmão deu sorte porque o cara era PM à paisana e
quando meu irmão berrou, chamou atenção de quem tava por perto e o cara vazou!


Tudo isso p/ poder fazer uma analogia com a minha vida (Tem alguém que ainda não percebeu que eu vivo fazendo isso!?).
- Atira logo! Porra!!! – é o que eu preciso gritar p/ vida, pra ver se vai tudo pro buraco de uma vez ou eu fico em paz!
Não quero mais viver pela metade! Por isso continuo por aí me atirando de cabeça nos abismos que eu encontro, mas tenho muito medo da dor e na maioria das circunstâncias ainda me escondo do que pode me ferir. Sou covarde! Fracote...
Ando meio revoltada, pra variar um pouquinho!
São essas bostas desses seres humanos que me decepcionam mais a cada dia. Queria me isolar do mundo. Tenho asco das pessoas, elas fedem! Tudo o que simula felicidade me causa náuseas. Essas manias podres de achar que essa rotina medíocre e insuportável é que é a maneira certa de viver.

- “Um homem para ser completo, deve plantar uma árvore e escrever um livro.”


Que porra é essa? Sobre o quê um imbecil que levanta todos os dias no mesmo horário, faz as mesmas coisas e se deita na mesma hora depois da novela, vai escrever sobre a vida? Ele nem sabe o que é viver, pensa que esse pacote pronto que venderam como a melhor coisa do mundo é vida!
Ele nem lembra que respira durante o dia!
Eu nem poderia estar aqui metendo a boca em todo o mundo. Também faço parte desse sistema podre; por enquanto preciso dele pra sobreviver. E fico ainda mais revoltada porque tenho me sentido medíocre, aceitando tudo de cabeça baixa sem mexer uma palha pra melhorar as coisas...
Quero ser mais racional. Ainda deixo muito que as emoções me levem e isso me machuca.
Cofio demais nas pessoas e acabo me desiludindo. Chego sempre com a inocência de que dessa vez eles serão realmente boas pessoas e não me custa mais do que um mês pra que as fachadas desmoronem e eu sinta o cheiro fétido do lixo que elas são!
Talvez minha educação tenha sido essa. Apesar de meu Pai sempre enxergar primeiro o lado ruim das pessoas, ele não soube me ensinar a detectar isso da maneira como ele faz. Ele, eu sei que já se envolveu com corjas muito piores do que eu, mas pelo menos as que ele teve de conviver não usavam máscaras ou perfume pra camuflar a podridão!


!Fui...

13.7.05

Apenas isto...

Estou precisando de um homem com “H maiúsculo”. Cansei dessa faixa etária inútil
que nunca sabe o que quer da vida e apenas
aparenta maturidade!


Não quero mais me apaixonar pelo homem ideal - por esse eu já me apaixono sempre - até que descubro que o cara com quem estou não é o mesmo pelo qual me apaixonei! Ou eles me enganam muito bem, ou eu é que fico me enganando que eles são muito legais e honestos.
Eu não quis medir a altura do tombo, e foi meu maior erro. Quando sou racional e fico com um pé atrás, posso não aproveitar tudo da melhor maneira, mas a ressaca é bem menor e passa rápido, nem sofro tanto. Dessa vez me esfolei bonito, em muito pouco tempo deixei que alguém me fizesse sentir segura sem perceber que estava andando em uma corda bamba sobre um abismo.
O pior é querer estancar rapidamente a ferida e ficar usando de vários artifícios p/ sarar a dor, funciona bem como analgésico, só que quando o efeito passa parece que dói o dobro!
A mágoa já ta passando, eu já não fico angustiada porque sei que não tem volta! Eu não vou dar a cara a tapa outra vez, ninguém merece tanta cretinice!!!
Ainda dói porque foi muito bom enquanto eu não sabia no que estava me metendo, eu achava que estava com um homem e descobri nele um moleque que não teve peito de olhar na minha cara p/ dizer o que sentia – ou o que não sentia!
Não me arrependo de nada, nem de ter baixado a guarda. Foi como um rabo de foguete, mas pelo menos eu curti o visual de lá de cima!!!



!Fui...

4.7.05

Coisas que a gente busca.


Pra quê as flores no cabelo e o medo de borrar a maquiagem? Ele não vem mesmo!
E esses cuidados todos de boneca de porcelana, a pele macia e cheirosa? Você nunca se cuidou tanto pra si mesma! Porque gastar o tempo em salões por outra pessoa? Todas as horas gastas no refinamento do que será descartado!

A maquiagem já borrou, os cabelos desmancharam-se do penteado, o cheiro do tabaco apagou todo o perfume e o álcool já desfez todo o encanto e postura de menina asseada.
Você nasceu bruta e a sua essência é de rocha amórfica, então pra quê ficar mascarando a beleza natural que só vê quem realmente importa!?
A roupa amarrotada e o gosto amargo na boca indiciam mais um erro cometido.
Só assim; despindo-se aos poucos na frente do espelho; você enxerga que estava fantasiada de palhaço. E o dia que se aproxima não vai facilitar pra que você se esqueça pelo o que passou. As horas irão se arrastar, e cada suspiro marcará um minuto do dia e as lágrimas abafadas a cada hora serão mais doloridas por lembrarem que faltam muitas outras lágrimas contidas até que o último suspiro do dia seja dado. E a mágoa não permitirá que seja dado um só sorriso sem que antes o coração transborde de dor, porque até o sorriso amarelo doerá mais do que o semblante abatido e os olhos opacos, sem vida.


A primeira gota já atingiu a sua testa, mas você continua sentada olhando aquele enorme balde entornando aos poucos, rezando pra que ele não seja despejado sobre a sua bela roupa nova, seus cabelos bem cuidados, sua maquiagem delicada que você preparou com tanto carinho pra sentar exatamente aí nesta cadeira, bem debaixo deste balde.

!Fui...