Depois de algum tempo vivendo no mundo adulto, você aprende a diferenciar as dores. Sabe que as do coração começam no braço na realidade e que aquela "dor no lado" é porque você precisa falar menos e respirar mais. Aquele frio na barriga não é mais sinônimo de paixonites e que aqueles sentimentos estranhos de dor de barriga, são mais algumas idiotices que o seu cérebro interpretou errado. As dores de estômago, típicas para matar aula numa segunda-feira chuvosa, hoje são quase úlceras – resultado dos problemas enfrentados no dia-a-dia. Aliás, problemas bons eram aqueles que se resolvia estudando um pouco mais ou pedindo desculpas.
Bem, desculpas hoje podem ser encaradas como uma fraqueza; o melhor mesmo é nem errar! E se você antes esperava o tempo passar pra solucionar os seus erros, atualmente alguns se tornam irreversíveis com a medida do tempo, só que você só descobre isso quando já é tarde demais; do contrário, fica tão traumatizado por ter quase deixado tudo ir por água abaixo, que fica engessado, nem se move com medo de cair no mesmo erro.
Quebrar o braço era uma conquista, um troféu, mas se tropeçar de novo, cuidado pra não passar o resto dos seus dias na fisioterapia e com dores que podem ser usadas na previsão do tempo.
Quando se é criança o equilíbrio é maior e a queda não machuca tanto, pois se sabe cair. Definitivamente me sinto uma desequilibrada em todos os sentidos e meus tombos também doem muito mais, afinal quem é que gosta de cair? Ainda mais em público!!??
A vergonha também é algo que demora muito mais a passar. Quando, é claro, não se perdeu ainda a vergonha na cara!
Crianças são muito mais honestas, sinceras e felizes.
Um dia talvez eu entenda essa minha crise de Peter Pan que não acaba nunca, mas por enquanto continuo achando a vida adulta cruel e esmagadora.
O mais engraçado é que minha adolescência inteira eu passei ansiando pela vida adulta, mas assim que ela chegou se transformou num nada, num fim da linha, como se o meu papel no mundo fosse apenas NASCER e CRESCER, e a parte do REPRODUZIR-SE, ENVELHECER e MORRER não estivessem nos meus planos, talvez MORRER nunca tenha sido o problema, mas alguma coisa aí no meio virou farelo e o vento soprou, porque eu já cansei de procurar em vão.
Cansei da dor que sinto quando encho meus pulmões de ar, pois antes apenas um xarope expectorante resolveria...
25.7.08
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