8.12.06

Expedir


Quando tudo terminar e o sol secar
tudo o que sangrou e correu queimando
vou gritar até que o ar se acabe
pra vingar toda a dor que no peito sabe
que o dia em que o último grão de poeira
assentar eu serei novamente inteira.

A tempestade ainda destrói
Os ventos ainda fustigam a alma
O frio nos ossos dói
A centelha está longe da calma.

Nuvens rápidas carregam o céu de intensidade
o sol castiga a pedra que devolve luz, claridade
Corro, corro, corro até cansar,
mas meus pulmões ainda estão fartos de ar
Quero respirar, inflar, flutuar!...

Deixa tudo me puxar
Que o redemoinho me vire e desvire e remexa
até o mar alagar
e cair na praia... Deixar, me deixa!
Deixa afogar
que eu quero agora é que o sol me seque
que o vento sopre quente
quero o meu cabelo esvoaçar

Vai que assim morro feliz...
E se descobrir que tudo
era mesmo pra ser assim,
se meu caminho não tem rumo
eu segui sempre o que quis
Basta dos indicadores
quero ser uma, quero ser toda!
Bálsamo pras dores
E o mundo que se
conforme!

Um comentário:

Anônimo disse...

Helô, não é que seu caminho não tem rumo e sim o rumo que não aceita um só caminho. O rumo, quem nos dá é o coração.